terça-feira, 3 de maio de 2011

A síndrome de Down e a inclusão

No Brasil existem 300 mil pessoas com a síndrome de Down. Em pouco mais de 50 anos, a expectativa de vida de portadores da síndrome aumentou de 15 para 70 anos. Com a Lei de Inclusão Social do ano de 2004, que determina que toda empresa com mais de 100 funcionários preencha de 2% a 5% de suas vagas com deficientes, a oferta de emprego para portadores dessa síndrome tem crescido.

Em Irineópolis, a realidade de inclusão acontece gradativamente. Elizete Stasiak, diretora da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Irineópolis, que trabalha há 24 anos na área de educação especial, acredita que a inclusão é um ponto positivo. “Há muito tempo que existe esse processo de inclusão dentro das Apaes”, destaca. Atualmente, existem 11 alunos portadores de Síndrome de Down freqüentando a instituição do município. “Para eles existem atividades do serviço pedagógico, aulas de informática, artes e educação física, bem como oficinas de produção e ocupacionais”, comenta a diretora.

Do ano passado para este ano, 8 alunos em idade escolar da Apae foram para o ensino regular, estadual e municipal. “Atualmente existem profissionais capacitados no município e na rede estadual para atender os inclusos, o que facilita no processo de aprendizagem e integração desses alunos”, avalia.

Aos 28 anos, Joaninha, como é conhecida na instituição, é um dos destaques nas apresentações de dança. “Ela chama atenção de todo mundo pela desenvoltura que demonstra na dança”, comenta a professora Cristiane Lech, que há 16 anos trabalha com educação especial. Joana Alves é portadora de Síndrome de Down. Ela fala com satisfação de sua paixão pela dança e conta também que em casa ajuda seu pai em todo serviço doméstico. “Gosto também de Educação Física para movimentar o corpo”, comenta.

A diretora Elizete acredita que, por ter a economia baseada na agricultura, grande parte dos portadores de deficiência em Irineópolis já está inclusa no mercado de trabalho. “Eles já trabalham em casa e na lavoura como ajudantes ou em casa no serviço doméstico, já estão fazendo parte do mercado de trabalho”, destaca. “Ainda não estão colocados nas empresas, mas a maioria que reside na área rural faz parte do mercado de trabalho que é sua propriedade, que exige sua mão de obra”, argumenta.

Quase depois de 150 anos da descoberta da síndrome, as pessoas com essa anomalia querem inclusão e independência para fazer o que gostam. Quando questionada sobre suas preferências, Joana é rápida nas respostas e aproveita para avaliar as qualidades de seus colegas. “Gosto do Jairo porque é inteligente, do Vitor porque tem um bom coração, da Jucélia porque é muito querida e do Junior porque é um bom amigo”. E da professora Cris? “Ah a professora Cris é uma Florzinha de Mel, amo muito”.

Fonte: Correio do Norte Online - Irineópolis - SC, 02/05/2011 - Imagem Internet

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