quarta-feira, 6 de abril de 2011

Show de talentos mirins acontece nesta quinta-feira em Campo Grande

Você já programou a sua noite de quinta-feira? Se não, aí vai uma sugestão: Show de talentos mirins. Uma noite para conhecer um pouco da nova geração da música de Campo Grande. O evento promete! Vai ter violeiros e uma banda diferente. A “Down Rítmica”, composta por integrantes guerreiros e muito talentosos.

Olhos fixos nas mãos habilidosas do regente. A música abstrai. Domina as atenções. Tarefa difícil para quem tem Síndrome de Down. Um desafio que parecia grande demais, mesmo para o experiente maestro Marcelo Peres.

“Não acreditava que eu iria conseguir, passamos dias e meses frustrados até achar o caminho”, afirmou.

A “Down Rítmica” já se apresentou no festival de inverno de bonito e até no Congresso Nacional, em Brasília. Mesmo sem se dar conta, esses jovens mostram que não há limites. Mas a idéia não é provar coisa alguma. Eles só querem aproveitar as oportunidades que a musica trouxe às suas vidas.

“Eu adoro tocar o bumbo da banda”, disse o jovem Juliano Varela, de 19 anos. Nos últimos quatro anos o professor aprendeu tanto quanto ensinou. Aprendeu por exemplo que viver é simples, mais até que manter o compasso sem sair do ritmo.

“Hoje, a banda de Síndrome de Down criou uma perspectiva de muita melhora na minha vida, tanto em família, quanto no trabalho. É muito gratificante”, contou ainda o maestro.
Violeiros
A dificuldade não é motora ou de atenção, é social. A pobreza e falta de estrutura, são só dificuldades, jamais barreiras para os meninos e meninas que se dedicam à música no jardim Campo Belo, periferia da Capital.

Um a um eles foram chegando e quando o aposentado Jorcy Neves Luis percebeu, já eram muitos e era só um violão. “A gente fazia fila, esperava cada um tocava um pouco aí passava para o outro. Já tinha 12 meninos e só um violão e eu saí pedindo e o pessoal foi ajudando”, contou.

Cinco anos depois, a varanda dos fundos da casa do aposentado já está pequena para tantas crianças e para os talentos que ele descobriu. Para aprender violão, de graça, a regra é clara: As notas da escola precisam ser mais altas que as notas musicais.

“Nossa prioridade aqui é a educação. Em primeiro lugar o estudo; a nota da escola tem
 que andar mais alta porque a maioria dessas crianças é de casais separados”, afirmou o aposentado.


Para a faqueira Joana Darc Dias de Almeida, pai e mãe de três filhos, que passa 15 horas por dia fora de casa, trabalhando, a ajuda do “seo” Jorcy é a certeza de quando não estão na escola, os meninos estão em segurança, recebendo lições de vida.


“Eles puxam a orelha mesmo se estiverem com notas baixas, desobedientes e isso já ajuda muito”, disse.



Daniel de Almeida Teixeira, de 8 anos, o filho mais novo de Joana, já ensina os acordes para os alunos novatos. “Cada vez mais eu quero seguir o meu caminho para eu poder ser um grande músico”, declarou. (Colaborou Cristiany Pazeto, TV MS Record)

Fonte: MS Record

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