Tratar de uma criança com trissomia 21 não é fácil, mas tratar de crianças “normais” também não é. O mais importante é o reconhecimento dessa criança como uma pessoa e não como um deficiente. Apesar do seu aspecto físico ser diferente das restantes crianças, isso não afecta a sua saúde. É verdade que os portadores da Síndrome de Down se desenvolvem intelectualmente mais tarde, mas apenas numa escala que vai de leve a moderado, o que significa apenas que a sua capacidade de aprendizagem é mais lenta do que a de uma pessoa “normal”. Deve focar sempre a criança e não a sua condição. Como com qualquer situação nova e desconhecida, procure informar-se acerca da trissomia 21, fazendo pesquisa, lendo, procurando especialistas, associações e grupos de apoio.

Apesar das crianças com Síndrome de Down necessitarem de atenção e apoio extra, os cuidados que deve ter com elas não diferem muito daqueles tidos com outras crianças. No seio da família, deve ter um papel tão activo como os seus irmãos, e ser tratada da mesma forma, ou seja, com naturalidade. Deve ensinar e ajudar a criança a evoluir, mas sem que ela se torne dependente, porque quanto mais a criança aprender a cuidar de si própria, melhores condições terá para enfrentar o futuro. Esteja sempre alerta e quando a criança começar a fazer coisas sozinha e de forma espontânea, deve aplaudir e estimular os seus feitos.
Compreendidos os desafios especiais que estão associados à Síndrome de Down, será mais fácil estabelecer metas realistas e conquistá-las, principalmente se o objectivo é criar uma criança que será, no futuro, independente. Se começar a fazer isto desde cedo, vai aprender a lidar mais facilmente com os problemas que possam surgir e vai conhecer as verdadeiras capacidades da criança. Comece por delinear objectivos pequenos e básicos, ajustando-os à medida que a criança cresce. Quando já perceber o que quer e como pode consegui-lo, encoraje a criança a definir os seus próprios objectivos. Como cada criança desenvolve e aprende ao seu próprio ritmo, seja também realista nos prazos que estabelece. Enquanto a maioria das crianças começa a andar entre os 9 e os 18 meses, uma criança com trissomia 21 dará os seus primeiros passos sozinha entre o um e os quatro anos de idade. Por isso, seja flexível: se os prazos curtos podem causar uma pressão desnecessária, os prazos mais longos estão, à partida, destinados ao sucesso. Se não houver progresso na aprendizagem de uma determinada competência, passe para outra, voltando a essa alguns meses mais tarde. Pelo caminho, não se esqueça de comemorar cada uma das suas conquistas!
Atualmente, muitos portadores de trissomia 21 chegam à idade adulta com as capacidades necessárias para terem uma vida semi ou até totalmente independente: podem viver sozinhos, ter um emprego e até casar. Para assegurar que a sua criança tenha um futuro promissor, espere dela grandes coisas, incentivando-a a ir sempre mais além. Uma boa opção é o ingresso num curso de formação profissional, vocacionada para uma vertente mais prática do que teórica e de preferência com estágio incorporado. Este será meio caminho andado para a sua independência financeira e não só, para a felicidade e a realização pessoal. Quando se dá mais e melhores oportunidades às pessoas com trissomia 21, as suas realizações tendem a crescer proporcionalmente.
Fonte Cuidamos.com
[Diretos das imagens (crianças) Rogério Ehrlich em A propósito.net]
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