A necessidade de o Estado e a iniciativa privada trabalharem em prol da inclusão social das pessoas com deficiência intelectual foi destacada pelos participantes do ato em homenagem ao Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado nesta segunda-feira. Mais de 350 pessoas lotaram o auditório Nereu Ramos, na Câmara, durante o evento.A carioca Fernanda Honorato, conhecida como a primeira repórter down do Brasil, lembrou que, quando têm oportunidade, todos podem ser incluídos na sociedade. "Minha carreira começou com uma reportagem que fiz com a cantora Maria Bethânia e foi publicada em uma coluna do jornal O Globo. É isto que a gente precisa: a chance de desenvolver nosso potencial”, afirmou. Atualmente, Fernanda participa do “Programa Especial”, da TV Brasil.
Por sua vez, a representante da Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Síndrome de Down do DF, Roxana Campos, ressaltou a importância de as escolas estarem preparadas para receber as crianças com deficiência intelectual. "As instituições de ensino devem encontrar a forma ideal de ensinar, pois todos nós somos diferentes. Tem gente que é bom em matemática, tem gente que é bom em português, tem gente que não é bom em nada. Então, a escola não pode simplesmente dizer: este aluno não me serve porque vai me dar trabalho", sustentou.
Engajamento
Idealizador do ato, o deputado Romário (PSB-RJ), que é pai de uma menina down, afirmou que a solenidade é uma tentativa de engajar a sociedade pela melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência. Ele adiantou que não pretende apresentar novos projetos sobre o tema, mas vai trabalhar pela aprovação de propostas em tramitação na Casa, como a que concede a isenção do Imposto de Renda e o pagamento de um salário mínimo mensal para o indivíduo com Síndrome de Down que comprovar ausência de meios para sua própria manutenção.
O coordenador do Departamento de Genética da Fiocruz, Juan Llerena, destacou que ocorre um caso de Down a cada 800 nascimentos - mulheres fora da faixa etária dos 19 aos 24 anos têm mais chances de dar à luz bebês com a anomalia genética. Com os avanços da medicina, observou ele, a possibilidade do indivíduo com Down atingir 35 anos de idade é muito maior hoje do que há uma década. Para Llerena, o grande desafio é vencer o preconceito e respeitar a escolha das famílias que decidem ter filhos em idade avançada, por exemplo. "Não é direito do casal decidir pelo futuro de sua prole? Essas questões são individuais, não são coletivas. Tem de ser respeitada a decisão individual", sustentou. (Agência Câmara)
Fonte O Hoje
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